sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Se apegar sempre a superficialidades...?

Nós temos, enquanto sociedade, o costume de comentar e criticar causas vazias mas tidas como de profundo valor.  
A fala da ministra Damares se referindo ao azul e rosa para meninos e meninas foi, por parte dela, infeliz e despropositada. De posse da pasta que agrega importantes temas e reais lutas por parte das minorias, a fala foi desnecessária e sem fundamentos. Esse fato relegou a um sem números de críticas por parte de opositores oportunistas, bem como do restante da sociedade que viu nesse discurso um viés autoritário e politiqueiro. De parte a parte, e com as devidas condições, mereceu crítica. O problema é que isso mostra o quanto nos apegamos a coisas vazias em vez de nos preocuparmos com o que realmente interessa: a atitude prática da ministra e seus assessores a frente da pasta.
Há em nós, principalmente nas ultimas duas décadas, uma perseguição pelo politicamente correto que chega as raias da loucura. A nós interessa saber e ver como a ministra e seu grupo de trabalho estão administrando os problemas relacionados com as minorias que seu ministério se ocupa. Cabe a nós incentivarmos, analisarmos, criticarmos e cobrarmos as realizações referentes ao tema e exigirmos, como contribuintes, que o dinheiro investido vá de modo organizado para suprir tais problemas. Em vez de nos ocuparmos com bobagens que são ditas, deveríamos nos atentar pelos pontos importantes e sermos vigias.
Atitudes de todos diante do que ocorreu só nos mostra o quanto ainda há por fazer. Não basta mudar a linha política corrente no país e muito menos mudar os administradores públicos para melhorarmos como sociedade. Nós temos que mudar e evoluirmos para um patamar mais maduro no modo de ver e absorvermos tudo ao redor.
A atitude da ministra, tanto quanto nossa atitude na crítica, apresenta os erros de todos. Achar que uma frase ou mesmo um discurso vai ditar as regras de um cargo importante como o Ministério da Mulher é ser ingênuo, ainda mais num primeiro dia de mandato. Há que se esperar. Há que ver mais profundamente o que ela tem a fazer. E há ainda muito a se fazer. E quando isso for feito, sim, criticarmos para que os resultados possam atingir a percentagem que queremos. 
É também ingenuidade acharmos que, por mais que ela tenha um viés particular sobre certos temas, venha a tomar atitudes diante desse viés, porque o cargo e tudo nele envolvido exige práticas responsáveis sem as quais ela por si só não se manteria empregada. Portanto, não é uma frase ou pronunciamento dela que nos interessa, mas o que sua capacidade de trabalho irá realizar. A frase só deveria ser motivo de conversa fiada de adversários e mídias do governo que não se interessam pelo bem comum do país mas apenas de si mesmos, mas isso é papo para outro post.
Saber olhar e ver além do horizonte superficial é boa prática para tudo na vida. Boa prática também é saber esperar para ver o que realmente importa.
O ano mudou, o país mudou, mas pelo que parece muitos hábitos ainda se mantêm desnecessários. Por parte de todos.